"Não faz mal, não. É natural!". Embora o uso de fitoterápicos caia muitas vezes no guarda-chuva da chamada medicina alternativa, ervas contêm substâncias químicas que podem produzir efeitos dramáticos sobre o corpo.
Ao contrário das ultradiluições da homeopatia, que eliminam qualquer possibilidade de princípio ativo, a ingestão de vegetais pode até matar (e às vezes curar).
Venenos poderosos como a cicuta e o curare são apenas uma "plantinha". O mesmo vale para classes de alucinógenos e anestésicos.
O que difere um fitoterápico de um remédio comum é que só neste último sabemos mais ou menos o que estamos tomando e quanto.
O problema é a padronização. Uma planta contém centenas de compostos. Sabemos que a erva X é boa para a moléstia Y, mas não significa que tenhamos identificado a substância responsável pelo efeito. É possível que não seja um único composto.
Para agravar o quadro, as proporções entre os princípios ativos contidos em cada planta mudam conforme solo, clima, insolação, colheita, armazenagem e preparo.
A variabilidade nas quantidades de um dado princípio ativo entre diferentes lotes ou até cápsulas fica além do aceitável. Assim, pressupostos fundamentais da medicina, como fixar a dose terapêutica, tornam-se difíceis, para não dizer impossíveis.
O que de melhor se pode dizer dos fitoterápicos é que eles são um excelente ponto de partida para pesquisar e desenvolver remédios.
Fonte: Folha.com
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